História do Réveillon em Copacabana
Publicado em: 31-12-2024Já faz parte do calendário da cidade do Rio a festa de fim de ano em Copacabana. A multidão de pessoas não vai à praia à toa. Vai porque o evento é mesmo um dos maiores do mundo nesta época do ano.
O início dessa grande festa foi nos anos 1970. Em proporções bem menores, umbandistas iam para a Praia de Copacabana, vestidos de branco, para saudar Iemanjá com oferendas levadas ao mar antes da meia-noite. Aliás, foi no Réveillon de Copa que surgiu a tradição 100% brasileira de se usar roupas de cor branca durante a passagem do ano.
“Era bonito ver a orla ocupada pelos terreiros e a noite iluminada por velas. O furdunço não excluía ninguém. Conheço ateus, católicas, crentes, budistas, flamenguistas, tricolores, bacalhaus e botafoguenses que, por via das dúvidas, garantiam ano bom recebendo passes de caboclos e pretas velhas nas areias, com direito a cocares, charutos e sidra de macieira”, escreveu o historiador Luiz Antônio Simas.
Na década seguinte, em meados de 1980, também de forma discreta, começou a famosa queima de fogos. No extinto hotel Meridien, do alto dos 39 andares, uma cascata de fogos de artifício era lançada e descia pelo arranha-céu. Outros hotéis, vendo que essa ideia aumentava o movimento do turismo, passaram a adotar a prática. Com o passar do tempo, a festa só cresceu.
No início dos anos 1990, a prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, que à época era comandada por Cesar Maia, passou a dar uma organização maior à festa e fez a mesma ficar ainda mais imponente, instalando palcos para shows nas areias de Copa. O show de estreia, em 1993, contou com Jorge Ben e Tim Maia. O objetivo dos shows era evitar que todos saíssem ao mesmo tempo da praia, causando gargalos nas vias.
O sucesso foi duplo: a saída se deu de forma espaçada por 2 horas, sem o tumulto de antes. As críticas foram muitas, de que com isso o réveillon se descaracterizava, pois deveria ser uma festa religiosa junto ao mar, de queima de fogos e nada mais.
No ano seguinte, o show de Rod Stewart bateu recordes de público e espaçou ainda mais a saída do réveillon por 3 horas. Finalmente, o Tributo a Tom Jobim – com Gal, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Chico Buarque, Paulinho da Viola – consolidou o Réveillon com shows. Mas havia a necessidade de transformar a queima de fogos num espetáculo da mesma qualidade. A queima de fogos foi criada pelos empresários Ricardo Amaral e Mariu’s e, ao lado, a cascata do Méridien.
Dos 8 a 10 minutos anteriores, o tempo foi dobrado para 20 minutos e a qualidade e diversidade dos fogos também. Um problema técnico na queima de fogos de 2000, gerando uma morte e vários feridos, terminou por exigir o uso de balsas, o que passou a ocorrer no réveillon 2001-2002. Finalmente ocorreu o previsto: o réveillon passou a concorrer com o carnaval na ocupação da rede hoteleira e passou a ser um atrativo turístico, o que não era até 1992.
Em 2015, o tema foi o centenário do samba e os jogos Olímpicos Rio-2016. Seu Jorge e Zeca Pagodinho foram as principais atrações.
Nos anos que se seguiram, mais grandes shows aconteceram em Copa.
Para este ano de 2025, Copacabana terá três palcos. Confira a programação.
Palco Rio – Copacabana
- DJ Cady (intervalos) – 18h00 às 04h00
- 20h00 – Caetano e Bethânia
- 22h00 – Ivete Sangalo
- 00h00 – Anitta
- 02h00 – Xand Avião
- 03h30 – Viradouro
Palco Samba – Copacabana
Apresentação: David Brazil e Milton Cunha
- DJ Tamy (intervalos) – 18h00 às 04h00
- 20h00 – Dudu Nobre
- 22h00 – Pretinho da Serrinha e roda de samba com convidados
- 00h00 – Marcelo D2 e um Punhado de Bamba
- 02h00 – Imperatriz Leopoldinense
Palco Leme
- DJ Marcelo Araújo
- Thalles Roberto
- Midian
- Pastor Claudio