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Igreja mais antiga do Centro comemora sua reabertura definitiva com Grande Concerto de Páscoa

Publicado em: 15-04-2025

Acentenária ORQUESTRA SINFÔNICA da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) apresen a Semana Santa no Brasil Colonial, com um concerto na Igreja de Nossa Senhora do Bonsucesso, quarta-feira dia 16 de abril, às 18 horas. O evento, que tem entrada franca, conta com o apoio da Sérgio Castro Imóveis e da Irmandade da Misericórdia e Santa Isabel, dona da capela e controladora da Santa Casa da Misericórdia do Rio. Além disso, comemora a mais sagrada festa do Catolicismo: a Páscoa. O evento marca a reabertura definitiva do templo mais antigo do Centro do Rio.

A igreja, com 443 anos completos em 24 de março, é a única do Centro que possui estacionamento para 200 carros, gerenciado pela ESTAPAR, podendo receber grandes eventos. O momento para a irmandade que é dona do templo é de grande comemoração pois a Igreja será reaberta definitivamente para o público a partir da semana seguinte ao concerto. Ela vai funcionar de portas abertas ao público de 9 da manhã às 14h, em dias de semana. E volta a receber Missas, casamentos e batizados. Além disso, a Santa Casa comemora sua recuperação, com grandes vitórias judiciais e reavendo ativos e imóveis, após uma grande auditoria interna.

O Coro Sacra Vox e a Orquestra Sinfônica da UFRJ vão se apresentar, sob a regência da maestra Valéria Matos, executando as obras dos maiores compositores do período colonial brasileiro. É a temporada 101 da orquestra.

As obras sacras brasileiras, em sua grande maioria, foram criadas para as cerimônias litúrgicas católicas, por encomenda da Igreja, de irmandades como a que é dona da capela onde ocorrerá o Concerto e ordens terceiras. O público, através dos Senados da Câmara, também fez as suas encomendas.

As igrejas foram grandes centros de formação de instrumentistas, cantores e compositores, sob a responsabilidade do mestre de capela, que concentrava as obrigações de contratar e ensaiar os músicos, além de compor obras novas.

Uma das personalidades mais importantes no seu tempo foi José Maurício Nunes Garcia. O artista nasceu no Rio de Janeiro em 1767 e fez os seus estudos com Salvador José de Almeida e Faria, músico mineiro residente na cidade. A sua formação incluiu gramática latina, filosofia e retórica, entre outras disciplinas.

Aos 16 anos compôs a sua primeira obra, a antífona Tota pulchra es Maria, de 1783, dedicada à Catedral e Sé do Rio de Janeiro. Em 1792, ordenou-se padre, seis anos depois foi nomeado Mestre de Capela da Sé da cidade, localizada na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, na atual Rua Uruguaiana.

Em 1808, após a chegada da família real portuguesa, a Sé foi transferida para a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, na atual Praça XV, sendo transformada em Capela Real, da qual José Maurício foi nomeado mestre pelo Príncipe Regente D. João.

O músico compôs obras para a Capela Real, para diversas irmandades e igrejas da cidade, música instrumental para orquestra e teclados, música cênica e modinhas, somando mais de 200 obras de sua autoria arquivadas em acervos em diferentes cidades do Brasil e de Portugal.

Entre as obras de José Maurício que serão apresentadas na Semana Santa estão: a antífona Domine, Tu mihi lavas pedes?, de 1799, para a cerimônia do Lava Pés; o Moteto para a Quinta-feira Santa, Judas, mercator pessimus, de 1809; o Gradual Christus Factus Est, texto baseado em Filipenses 2,8-9 (Cristo se fez por nós); e as Matinas da Ressurreição, como o próprio título indica, foi composta para o Domingo de Páscoa do ano de 1809.

O grande José Maurício faleceu no Rio de Janeiro em 1830. Desde então foi reconhecido como o mais importante compositor não europeu de seu tempo.

Segundo historiadores, José Maurício deve ter conhecido José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita, que ocupava o posto de organista da Igreja da Venerável Ordem Terceira do Carmo, uma vez que o compositor mineiro faleceu no Rio de Janeiro em 1805. Lobo de Mesquita atuou no Arraial do Tejuco, atual Diamantina, e em Vila Rica, atual Ouro Preto, de onde partiu para o Rio de Janeiro em 1800.

O artista compôs a Sequentia Stabat Mater, texto do século XIII que retrata as dores de Nossa Senhora diante da crucificação de Cristo. O texto foi musicado por diversos compositores. O manuscrito pertence ao Museu da Música de Mariana (MG).

Com atuação em São João del-Rei (MG) entre 1786 e 1815, Antônio dos Santos Cunha é um compositor de origem desconhecida. O último registro conhecido de sua atividade musical é a partitura da Missa e Credo a cinco vozes, dedicada a D. Pedro I, em 1822. O manuscrito Sepulto Dominocorresponde ao Responsório IX do Ofício de Sexta-feira Santa e pertence ao acervo da Orquestra Ribeiro Bastos, de São João del-Rei.

A nova administração da Santa Casa é conduzida pelo Provedor Francisco Horta e sua equipe, que tem sido responsável por uma verdadeira retomada da instituição que passou por grave crise nos últimos anos.

CONJUNTO SACRA VOX

Com 27 anos de existência, o grupo é coordenado pela Professora Dra. Valéria Matos e é um projeto de extensão e Grupo Artístico de Representação Institucional da Escola de Música da UFRJ. O Vox conta com Bruno dos Anjos, na assistência de direção, e Marcus Gerhard, na preparação vocal. O foco do projeto é o gênero sacro. Sacra Vox tem um currículo com centenas de concertos, apresentações didáticas, programas de rádio, TV e gravação de cinco CDs registrando a evolução estética da música coral brasileira, desde o século XVIII ao XXI.

VALÉRIA MATOS

Pesquisadora da música coral sacra brasileira, Valéria é professora de Regência Coral na Escola de Música da UFRJ e coordenadora do Conjunto Sacra Vox, projeto de extensão e Grupo Artístico de Representação Institucional da universidade, do qual é diretora musical e regente. As pesquisas de Valéria Matos no gênero resultaram nas gravações de cinco CDs: “Música Coral Sacra Brasileira nos Séculos XVIII e XIX”; “Música Coral Sacra Brasileira na Primeira Metade do Século XX”; “Música Coral Sacra Brasileira na Segunda Metade do Século XX”; “Música Coral Sacra Contemporânea Brasileira” e “Música Coral Sacra Brasileira do Século XX e XXI”.

De Nossa Senhora da Misericórdia à do Bonsucesso

Erguida no século XVII aos pés do Morro do Castelo, a Igreja de Nossa Senhora da Misericórdia é um marco histórico da história do Rio de Janeiro e na cultura católica. No início do século XVIII, foi rebatizada como Nossa Senhora do Bonsucesso.

A sua fachada data de 1780 e preserva elementos originais complementados por adições mais recentes, como a imponente portada esculpida em lioz português e a torre sineira, adornada por volutas e pináculos, coroando o frontão triangular típico do século XVIII.

A Irmandade da Misericórdia contratou recentemente o profissional Manoel dos Sinos para recolocar e fazer funcionar os sinos gigantes de bronze do tradicional templo. Hoje já tocam de forma automática.

O interior da Igreja reúne tesouros artísticos da primeira metade do século XIX, em estilo rococó. Os três retábulos meneiristas e um púlpito, originais da antiga igreja do Colégio dos Jesuítas foram meticulosamente preservados. No púlpito, pregaram José de Anchieta e Manoel da Nóbrega.

Na sacristia, há um belo e impressionante lavabo de mármore, com suas arcas, enquanto os estandartes do século XVIII, atribuídos a Manoel da Cunha, evocam a Paixão de Cristo durante as procissões dos “fogaréus”. O acervo conta ainda imensas telas sacras representando o batismo de Cristo, cujo autor permanece desconhecido.

Uma atmosfera sagrada é criada na Igreja de Nossa Senhora do Bonsucesso pela iluminação proveniente de onze grandes lustres de cristal da Boêmia, que geram um brilho celestial sobre os fiéis e os artefatos religiosos, testemunhas seculares de devoção e fé.

PROGRAMA

  1. José Maurício Nunes Garcia (Rio de Janeiro, 1767-1830) – Domine, Tu mihi lavas pedes? CPM198, para coro a capella (1799) 4’
  • José Maurício Nunes Garcia – Judas, mercator pessimus CPM199, para coro a capella (1809) 6′
  • José Maurício Nunes Garcia – Christus factus est CPM203 (Gradual e Ofertório para Quinta-feira Santa) 4’
  • José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (Serro, 1746?-Rio de Janeiro, 1805) – Stabat Mater (Sequentia de Nossa Senhora das Dores) 7’
  1. Stabat Mater (Moderato)
  2. Eia Mater (Andante)
  3. Amem (Allegro)
  • Antônio dos Santos Cunha (São João del-Rei, c.1775-1822?) – Sepulto Domino (Responsório IX do Ofício de Sexta-feira Santa)
  • José Maurício Nunes Garcia – Matinas da Ressurreição CPM200 (1799) 18’
  1. Invitatório (Surrexit Dominus)
  2. Angelus Domini descendit
  3. Cum transisset sabbatum

Solistas:

Duda Espírito Santo e Júlia Félix (sopranos)

Thaísa Bastos (mezzo)

Mário Sampaio (tenor)

Calebe Faria (barítono)

Coro Sacra Vox

Orquestra Sinfônica da UFRJ

Regência de Valéria Matos

Serviço:

101a temporada

Dia 16 de abril de 2025, quarta-feira, às 18 horas

Igreja de Nossa Senhora do Bonsucesso

Largo da Misericórdia s/n – Centro

Entrada franca

Estacionamento pago na Santa Casa da Misericórdia

Rua Santa Luzia 206 – Centro

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